Nessa sexta, dia 02 de março, a festa minisets do James faz uma homenagem aos selos independentes. Se você já foi no James e dançou ao som de Blue Monday, ou é uma das várias pessoas que vão até a cabine pedir Gold Soundz do Pavement, ou ainda é um dos freqüentadores assísudos da Quarta Rock e sempre quer ouvir Live Forever do Oasis, então você deve um obrigado a gênios como Tony Wilson, Chris Lombardi e Alan McGee. Eles foram fundadores das gravadoras Factory, Creation e Matador, responsáveis pro trazerem até nós estas e outras tantas bandas que influenciaram praticamente tudo que temos por aí no cenário independente atual.
A Factory surgiu em 1976, depois do famigerado show dos Sex Pistols no Lesser Free Trade Hall em Manchester para apenas 40 pessoas. Enquanto todos os outros que assistiram ao show resolveram montar um banda, Tony Wilson resolveu montar sua gravadora. O período de atividade da Factory coincide com uma das gerações mais talentosas do rock britânico: New Order, Joy Division, Happy Mondays, todos lançados pelo selo de Wilson. Mesmo com todo o dinheiro trazido pelo New Order – Blue Monday, até hoje o compacto simples mais vendido da Inglaterra, a Factory faliu. O que afundou a gravadora foi o Hacienda, clube dedicado à divulgação da cena local (e ao ecstasy) fundado por Wilson em Manchester. O clube e a gravadora fecharam suas portas em 1992.
Já a Creation é outra história. Alan McGee mostrou que os selos independentes eram um negócio não só viável, mas também lucrativo. Graças ao seu bom gosto, nos deu a chance de conhecer Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine, Ride, Primal Scream, entre tantos outros. Quando contratou o Oasis, no início dos anos 90, não imaginava o quão grande a banda se tornaria. Milhões de discos vendidos depois e com os bolsos estufados de libras esterlinas, McGee anunciou que fechava a Creation e fundava um novo selo, Poptones. Segundo McGee, tudo que ele queria era “continuar lançando umas bandinhas que achava bacana”.
A Creation não é um caso isolado das gravadoras independentes que deram certo. Um ótimo exemplo disso é o selo americano Matador, com mais de 10 anos de existência e um currículo impressionante: Pavement, Yo La Tengo, Guided by Voices, Mogway, Cat Power, The Jon Spencer Blue e Explosion, Belle & Sebastian, Interpol, The New Pornographers, The Fall, Teenage Fanclub, etc, etc, etc. De acordo com seu fundador Chris Lombardi, a Matador nunca quis ficar restrita a um gênero musical específico, escolhendo as bandas pela qualidade e originalidade de sua música, seja lá qual for seu estilo.
Ainda na categoria de selos veteranos, não tem como deixar de lado a 4AD. Foi criada no final dos anos 70 por Ivo Watts-Russel, um cara que como a maioria das pessoas de sua geração ligadas a qualquer selo independente bacana passou horas incontáveis de sua adolescência ouvindo os programas do John Peel. Parece que funcionou. Em mais de duas décadas de existência a gravadora lançou bandas como Bauhaus, Cocteau Twins, Dead Can Dance, Throwing Muses, Gus Gus, Blonde Redhead, TV on the Radio, Pixies e todas as variações da banda que surgiram durante seus anos de... “férias”, como Breeders, Amps e os trabalhos solo de Frank Black.
Por aí você tem uma idéia da proposta do nosso miniset de sexta: contar um pouco da história daqueles que fizeram a história do indie rock destas últimas décadas. Sem dúvida cometemos algumas injustiças deixando outras gravadoras importantes de fora, mas quem sabe a gente não resolve isso numa segunda edição do tributo aos selos independentes... Quer ter uma idéia do que vem por aí? Então dá uma olhada no site da Elephant 6: http://www.elephant6.com
Até sexta!
Claudinha.
Dá Elephant6 eu ouvia tanto o Olivia Tremor Control, aé lives eu tinha, numa qualidade triste. Sonzinho psicodélico que existtiu devido exclusivamente ao Pet Sounds. Que demais!
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