É a hora da correria. Enquanto tu ainda resolve problemas da edição “Ao Vivo”, por telefone, está indo buscar os CDJs do Renan pra instalar no James antes de abrir a festa pro público. Após uma semana com mudança brusca de temperatura, muita chuva e má previsão, a noite de sexta traz enfim o friozinho curitibano, sem chuva. Que bom!
21:00
Tu janta o necessário pra não passar fome nem mal. Já no bar, Instala CDJs, DVD, confere a disposição dos puffs, as luzes, equaliza o som, verifica se há combustível pra fumaça, conversa sobre a festa com os funcionários e ainda dá tempo de abrir o pc e regravar uma playlist que o CD que tu tinha corrompeu “bem naquela faixa”.
22:00
O James abre, já com gente entrando. O som está bem, a luz é deixada pela metade e a Cá e o Marco aparecem. Aos poucos, muitas mulheres começam a chegar, por que será?
23:00
Já tem um número bacana de gente, o clima está bom. Hora do Marco Mazzarotto subir à cabine e abrir a pista com música nacional. “Que banda é essa?” “Uma que toca aqui no James, às vezes”. Algumas pessoas vão pra pista, talvez empolgadas pela possibilidade de cantar a maioria das letras. Mas, as conhecidas ficam pra um pouquinho depois, ouçam essa banda aqui, de São Paulo, conhecem? Boa, hum!?
O bar já está repleto de gente, não cheio ainda. Vai formar fila, tomara que role tudo bem lá fora, que o povo entenda. No mais, como na edição de Fevereiro, quanta gente diferente aparecendo...
23:40
Vamos mudar um pouco a sonoridade, agora. Entro empolgado pra mandar um disco punk, tento um The Faint, um Every Move A Picture, quem sabe Kalev, The KBC então... Nada.
Tá bom, pelo jeito tenho de pegar mais leve, mandar uns hitzinhos entremeados aí. Ok! Aí fica fácil, The Rapture, Klaxons, Kasabian, Infadels, The Presets, sem erro, pista cheia de gente já empolgada. Venha Cá, tua vez.
No bar, já estamos na base do só entra se alguém sai. Lá fora a fila já se formou e o fluxo dentro agora é mais tranqüilo, dá pra trafegar sem derrubar bebida nas costas de alguém ou pisar no pé dos outros.
(clica e amplia)
00:20
A Cá Cardoso mistura, em seu set de vocal feminino, um disco punk com eletroclash que vai até o pancadão mesmo, seja em formato-funk de Curitiba (Bonde ou Impostora) ou Paris (Yelle) (ãh?), não importa. Dance, minha gente.
E eles dançam. Há um povo animado, muita gente diferente e disposta, acostumada a outros lugares e que aparecem em nossas festas por algum motivo que ainda não descobri qual é nem como chega até eles.
01:00
Nosso primeiro duelo foi bem bacana. Nos primeiros 40min eu e a Cá mandamos rock’n’roll mesmo, sem derivativos. Em um CDJ tocava Wolfmother, no outro Rogue Traders, de um lado Juliette And The Licks, do outro Eagles of Death Metal. E o povo dança que é bonito de ver. Nos 20min finais a gente vai derivando pra um som com mais sintetizadores, menos guitarras, pois o duelo de Electro Rock X New Rave está pra começar.
Mas, “Renan, cadê o Gil?” “Tem o número dele aí, Denis?” Espera, deixa eu colocar a próxima música e já procuro aqui... Ao eu olhar pra trás, Renan já havia sumido, mas logo quem aparece é o Gil. Ele estava lá fora. Ufa!, medo que, sabe-se lá, tivesse rolado algo e ele não pudesse aparecer. Mas, nada disso, o duelo tá armado.
02:00
(clica e amplia)
Confesso que ouvi e dancei menos do que corri conferir se estava tudo bem pelo bar e, depois, descansei respirando um ar menos poluído. Foi o momento em que pude sair ali de perto da cabine (pois eu nem cabia ali pra fazer a luz mesmo) e sondar o andamento das coisas e notar melhor o público, ver como estava rolando tudo e o que o povo estava achando.
Mas, ao fundo, ia ouvindo o electro que estava rolando, muito menos “rock” e “rave” do que “new” e “...nico”, se é que tu me entende. Sem problemas, afinal é muito bom ver o povo dançando, após riffs e vocais estridentes, batidas repetidas e sintetizadores esquizofrênicos sem vocais. Quem disse que estilos diferentes necessariamente precisam se distanciar feito times de futebol ou o público tem de vestir a camisa e bravar pelo sonoridade que curte?
Lá no bar, um pouco longe da pista, neguinho mais se importava em me dizer o quanto o duelo de rock foi bacana do que reclamar do electro que estava rolando. Acho que, finalmente, as pessoas, se não entendem, respeitam o movimento da noite e o conceito da festa.
E ela está bem boa, o público é bonito, o bar flui bem assim como a fila não é incômodo e num clima bom é que as coisas ficam bem e todo mundo disposto à diversão acaba favorecendo para a ótima realização dessa edição.
Pra gente, uma honra, como já expus num post, aqui mesmo, sobre os Djs convidados. Gil e Renan fazem um back to back lindo de se ouvir (de se dançar também, não tenha dúvidas), com a diferença dos dois bem claras, ainda que a tal new rave e o tal electro rock às vezes se confundam muito.
03:00
E, agora, Marco? Vai ter de entrar mandando um som nacional? E lá foi ele, segurando a barra. Mandou ver no funk mesmo e fez neguinho descer até o chão. Estava muito engraçado aquele começo de set, bem divertido. O povo caiu na dança, quem tinha saído da pista voltou e ela foi renovada. O Marco começou com funk, no meio chegou até a Jumbo Elektro e Montage, e finalizou com rock nacional. Tudo isso sem a pista enfraquecer. Confira no vídeo, quando já mais pro final do set rolava um rock nacional...
03:40
Quando a Cá entrou era só dar continuidade à dança. E assim foi, fazendo aquela mistura de vocais femininos, já bem característica dela. Havia muita coisa que não entrou no 1º set e era hora, agora. E foi. Foi até ela não ter mais fôlego.
Tem uma hora que a gente acaba cansando, certo?, mas principalmente a Cá que discoteca fazendo dancinhas e inventando coreografias com parte do público e, naquela noite, havia sido escalada pra tocar 2 horas e 20 min. Haja set com vocal feminino que agüente.
Mas, aí que está, com um trabalho de pesquisa bem feito, hoje o repertório da Cá, que no começo dessa proposta parecia ser bem difícil de se conseguir (afinal, set só com vocal feminino e de bandas novas ainda?) devido à aparente escassez de material. Mas, nada, definitivamente ela provou, nessa noite, que não só já tem um repertório muito bom, como sustenta a noite sem deixar cair o barato da pista.
Eis o que o Marco está fazendo, agora, com o set dele, de músicas nacionais. E, claro, vai conseguir, se liga nisso pois já está rolando e o povo tem achado bem bacana. Tanto que ele já tem sido chamado pra tocar em outros lugares com esse set nacional.
(clica e amplia)
04:20
Eu fui direto pros mashups. Reuni um povo que já estava bem mais pra lá que pra cá, na pista, diminuí um pouco as luzes e deixei o som atingir os corpos que, aos poucos, foram se aglomerando novamente na pista. De repente, surge mais gente do que parecia ter no bar ainda. E isso continuaria até o repertório acabar, se deixássemos. Mas, perto das 05hrs é momento de acabar, já são 7 horas seguidas de discotecagem e tem gente implorando pra ser tirada da pista pois por si só não consegue ir embora. Ok ; )
05:30
É a hora que saio de lá, após ascendermos as luzes, desinstalarmos a aparelhagem toda e deixarmos o espaço pro pessoal do bar fazer o arrastão e se preparar já pra noite de sábado do James.
Na saída, um “até a próxima!”
Nenhuma confusão, nenhuma reclamação, povo contente e divertido, e, o melhor, disposto. Assim que é bom, e isso que motiva continuar realizando as festas cada vez melhores, sempre com essa preocupação e empenho em mente. Portanto, aguardem, pois já estamos investindo e trabalhando pra que no dia 25 de Maio seja ainda mais foda que as três desse ano, o qual até agora tem sido tudo de bom.
Até lá!
Ps.:Ah, claro, em Maio, antes da "Party" (dia 25, no James) tem a "Ao Vivo" (dia 11, no Porão), que tal?
texto muito bacana cheio de "tu"!!!!
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