eu não escrevo muito, e não é por preguiça. acho que na verdade eu sou dessas pessoas que um dia decide que escrever não é o ponto forte e resolve poupar os amigos de constrangimentos e vergonha alheia. mas quando eu vi o post de aniversário, eu me dei conta que além do bar estar completando 8 anos, também fazem 8 anos que eu frequento o james com uma assiduidade assustadora. e achei que devia dar minha versão dos fatos.
não é que eu lembro? eu perdi a inauguração, mas fui arrastada pra lá ainda na primeira semana pelo yussif ( ! ) e mais dois amigos. e a música era legal, o dono era gente boa, e nem botaram a gente pra fora do bar na noite que pedimos pizza porque o james ainda não tinha cozinha e só servia amendoim. como é que a gente podia não gostar de um lugar assim?
depois começaram as festas... o dj ficava “dentro” de uma janela que tinha do lado direito do bar e o piso de madeira parecia uma cama elástica com o pessoal se acabando na pista. e claro que nesses tempos pré-históricos não tinha ar-condicionado, a única opção (para desespero dos vizinhos) era tomar um ar ali no corredorzinho da entrada, o lugar mais disputado do bar principalmente nas famosas noites de carnaval.
e o tempo foi passando e ir ao james tornou-se praticamente a mesma coisa que pegar uma cerveja na geladeira de casa, com a vantagem de sempre ter amigos por perto e nunca ter que lavar a louça no final da noite. o ambiente se tornou tão familiar que eu até já dormi por lá, mas prefiro não entrar em detalhes deste lapso etílico. e se já era bom assim, imagine quando me falaram que além de tudo isso eu podia escolher as músicas? uma noite eu estava conversando sobre bandas com o luciano e ele disse pra eu discotecar com ele numa festa no james como dj convidada. foi a primeira vez que eu “troquei cds” em um bar. e as pessoas nem fugiram! pelo menos não todas... e no começo foi assim, eu discotecava um sábado ou outro, mas as coisas estavam prestes a mudar.
no final de 2002, começo de 2003, terças-feiras era noite de música eletrônica no james. acho que era o bar mais lotado de curitiba no início da semana. e era incrível, mesmo destruindo minha semana inteira e fazendo com que eu perdesse a primeira aula de quarta. mas... se tinha um dia pra música eletrônica por que não tinha um dia pro rock??? foram noites e noites de conversa, pressão de todos os lados, alexandre e groo tentando convencer o luciano, eu fazendo chantagem e dizendo que nunca mais ia beber gin no james, e finalmente conseguimos: ok, agora a quarta é rock. a partir de 26 de março de 2003, as quartas-feiras do james nunca mais seriam as mesmas.
e de lá pra cá, já se passaram mais 3 anos e a história do james correu mais ou menos como em qualquer grupo de amigos. vimos casamentos (alguns dentro do james), nascimentos (alguns por culpa de noites insólitas no james) e até já ouvi boatos sobre um dos integrantes da nova-nova-nova geração cogitando a possibilidade de comemorar seu aniversário de um ano no james. alguns frequentadores assíduos já não são tão assíduos, mas acho que não faltam novos frequentadores com disposição e energia para bater ponto no james de quarta a domingo. depois de 8 anos, já não somos jovens o suficiente pra aguentar todas as festas de antes e nem nos tornamos adultos o suficiente pra ter coragem de abrir mão delas por completo. ainda bem.
eu andei fazendo as contas: aparentemente, eu levo um período médio de 4 anos pra convencer o luciano a me confiar papel de dj residente de um dia da semana do bar. ou seja: a qualquer momento dentro dos próximos 12 anos, meu plano de dominação do james pode ser concluído. mas enquanto isso não acontece, a única solução é esperar. e pra matar o tempo, uma noite de sábado com open bar e representantes de todas as gerações do james comemorando 8 anos de bar definitivamente não parece má idéia. vejo vocês no sábado. e finalmente... roubando a clássica despedida de post do groo...
adios amigos! i’m off to james bar!
claudinha.