Como foi o TIIIIIM Festival? Em Curitiba.
De onde você assistiu às apresentações do
TIM Festival, como ele foi? Pois, a mim, parece que para cada pessoa existe a mesma opinião de doze mil lugares.
Intro.
Antes de mais, um parêntese. (Você sabe quem é Josh Davis? Então leia sobre o fenômeno Brainfreeze, ou ouça, se quiser conhecê-lo como aconteceu comigo. Ou então saiba que ele inventou o Trip hop. “É um equívoco, não fui eu”, ele diria.)
Bom, esse parêntese pouco importa, afinal, quem é mesmo aquele carinha lá no meio do palco? Tímido, por conta do público, ele escancara o óbvio reconhecendo que “vocês não conhecem a minha música”. Não, senhor, sabemos é da Patti Smith porque é famosa, dos Yeah Yeah Yeah’s porque estão hypados (apesar de torcermos os narizes e cruzarmos os braços para não entrarmos nessa onda) e os Beastie Boys porque, “po, cara!, Beastie Boys é Beastie Boys, todo mundo tá ligado, yo!”
Nação Zumbi.
Esse foi o TIM Festival que aconteceu de onde eu estava, no meio do público, não muito cá nem muito lá, manja? Ali onde não havia cobertura e a garoa fina me obrigou a vestir o capuz e acompanhar os shows imaginando, nos intervalos, como seria legal vê-los em outro lugar. “Mas a Pedreira é um tesão, cara!" Ela vazia é um lugar lindo de se ver mesmo. Curitibanos de rocha, acompanhamos os shows à temperatura ambiente, com o ânimo e a agitação da garoa, além do friozinho na atitude roqueira e um gritinho ou outro para mostrar que se está vivo.
Não fui a muitos shows, em minha vida, mas julgando todos aos que fui sob o quesito “comoção”, os desse TIM Festival foram os menos empolgantes. Algum problema nisso? Mas é claro. Ou você acha que a frieza do público explicada culturalmente vai aliviar o desânimo com shows que poderiam ter se tornado experiências atemporais? Afinal, assistir a um show não faz nenhum sentido, se parecido com ver um DVD em casa tendo a opção de repeat.
Josh Davis.
É triste, pois DJ Shadow, menos ainda conhecido como Josh Davis, teve de parar, olhar pra platéia desanimado(s), constatar que nada adiantava mas, independente disso, fazer uma apresentação foda, ainda que tímida, tocando mais pra ele mesmo e agradecendo por educação à atenção dispensada.
Yeah Yeah Yeah's.
E assim mais ou menos foi.
Se não pelos Beastie Boys.
"Até que enFim."
Patti Smith.
Agora, vai se f*der, o que foi aquilo? Ela cantou, pulou, correu, fez pose roqueira, ainda desceu correndo ao meio do público, voltou correndo e ainda correndo subiu as escadas correndo e, num único correndo fôlego correndo, chegou correndo ao microfone e correndo imendou correndo o refrão sem respirar, na mais bela e fina voz. O que? Karen’O e seus 20 e poucos anos? Nada, Patti Smith chegando aos 60, em Dezembro. Nossos parabéns!
Beastie Boys.
Deixem que se droguem. Deixem com que fiquem todos bêbados. E, ao final, que dancem, se esfreguem, pulem, se empurrem, caiam, se espremam e desmaiem. Que assobiem, gritem e até chorem, ou então que se batam se for o caso, mas a serenidade de uma platéia de teatro, por favor, isso não. Nem reclamem do cara ou a garota ao lado por eles serem os únicos a não fazerem silêncio nem ficarem parados. Tire você essa cabeça da frente.
Hype.
De resto, quase estou com a maioria e o consenso. Estrutura ótima, som incrível, local deslumbrante, Nação Zumbi não vimos, DJ Shadow não conhecíamos, YYY’s desconfiamos, Patti Smith respeitamos e assistimos (até cantamos “
Gimme shelter”, afinal “
essa eu conheço”) e nos Beastie Boys todos pulamos. Quem tiver uma opinião que fuja desse consenso, por favor. Ou então, até o próximo TIM Festival. Se é que.
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Denis.